quinta-feira, 26 de março de 2009
NINJUTSU - HISTÓRIA E TRADIÇÃO - 2
21:35 |
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Muitas estórias e lendas que cercam os NINJAS, eram produto da imaginação dos SAMURAIS e da cultura popular japonesa. Estas lendas surgiram e cresceram a partir de sementes de verdade. Nas superstições do antigo Japão se crê que os Ninjas eram descendentes do TENGU, demônio místico, metade homem, metade corvo.
Os NINJAS habitavam em zonas inacessíveis sendo uma contracultura ao Japão medieval, não procuravam sua integração e sim sua independência, contando com sua própria cultura. Não aceitavam ser submetidos pelo que era imposto na época, recorrendo às antigas estratégias militares que utilizavam para proteger sua cultura, sua família e por fim a si mesmo.
Não seguindo um código de honra específico como o BUSHIDO, o NINJA, se tornava uma ameaça para a elite dominante (SAMURAIS), lutavam para proteger sua família e sua forma de vida, convertendo o medo e as superstições em poderosa ferramenta, empregando-as contra a classe dirigente.
Lutavam contra um exército superior, tanto politicamente como economicamente. Que melhor arma empregar o temor deles contra eles mesmos? Os SAMURAIS se regiam pelo código de honra (BUSHIDO), ao contrário do NINJA que se dedicava a arte da vida, encontrando-se íntegros com o Universo, em plena harmonia com as leis naturais, provando seu poder de capacidade para utilizar aspectos que os demais consideravam indignos. As famílias NINJA eram atacadas pela elite SAMURAI, que pela sua rígida forma de vida capacitava a mente a pensar em um só sentido. O NINPO como tradição envolve o desenvolvimento da mente, corpo e espírito se interessando no pleno desenvolvimento da mente, buscando a realidade do EU, com a vida e a natureza, sendo seus princípios básicos a sensibilidade a tudo que está a seu redor, adaptabilidade e o controle da agressividade.
Os YAMABUSHI (YAMA= montanha, BUSHI= guerreiro) e os SENNIN foram os antecessores das famílias NINJA, que transmitiram os ensinamentos secretos do MIKKYO KAIDEN. Hoje em dia ainda é te transmitida no Japão e tem progredido há alguns séculos. Existem dois tipos de conhecimento ensinados: SHUMON e BUMON. SHUMON é o conhecimento religioso aplicado aos guerreiros e BUMON são somente praticas marciais.
Os primeiros NINJAS foram influenciados por muitos eruditos e monges que chegavam ao Japão após a dinastia TANG, na China. Com eles trouxeram os ensinamentos do TIBET e ÍNDIA, especialmente os ensinamentos TÂNTRICOS e o MIKKYO. Esses conhecimentos se uniram com os conhecimentos tradicionais que mantinham os YAMABUSHI, os SENNIN e os GYOYA, ascetas guerreiros das montanhas que finalmente se converteriam na herança espiritual do SHINOBI. TOSHITSUGU TAKAMATSU, 33º SOKE da escola TOGAKURE, no seu regresso da China e de sua vida de ermitão das montanhas, estudou os ensinamentos esotéricos do MIKKYO, ordenando-se sacerdote desta seita.
Devido a este desenvolvimento da mente, corpo e espírito, as famílias NINJA e sua arte têm sobrevivido por mais de 1000 anos, através dos altos e baixos da diversificada história japonesa.
Para um Ninja não há regras estabelecidas quando se trata de sua sobrevivência. O Ninjutsu desenvolve um sólido treinamento para seus alunos, incluindo entre outras técnicas já citadas; técnicas de camuflagem, treinamentos ao ar livre, armadilhas, conhecimentos medicinais das ervas que curam e que envenenam, pois admitimos que um Ninja deverá estar preparado para agir em qualquer terreno ou eventualidade. O treinamento envolve o praticante numa variedade de elementos básicos para o domínio desta arte, colocando o aluno numa séria aprendizagem com técnicas físicas e psicológicas, usando sua capacidade interna e sua própria força.
Até se tornar um mestre em Ninjutsu o aprendiz desta arte passa anos treinando arduamente e assimilando todos os segredos desse combate, que depois de dominado é considerado, pelos grão-mestres de todo o mundo uma ciência marcial. Ao todo são uma infinidade de golpes envolvendo torções, imobilizações, formas de projetar o adversário ao solo, ataque aos pontos e etc.; grande parte dessas técnicas mortais. São também dezenas de variedades de chutes e centenas de armas. Mas, o bom Ninja não precisa dessas armas para sobreviver em combate. A força do próprio oponente é sua fonte de ataque.
Na verdade, os Ninjas eram homens supertreinados com profundo conhecimento de todos os elementos da natureza, adestrados com perfeito conhecimento de todas as armas oferecidas na época, psicológica e fisicamente preparados para qualquer situação.
Os Ninjas são detentores de grandes conhecimentos, pois por condições adversas, desenvolveram uma mente poderosa, e treinamentos físicos dos mais variados. O condicionamento e treinamento constantes do corpo levaram o guerreiro Ninja ao apogeu de forma física e resistência e é fácil entender porque o simples pessoal do campo pensava que estes guerreiros das sombras fossem quase super-humanos. Os treinamentos de nossos alunos dão a eles coragem, força, equilíbrio e agilidade e, ao mesmo tempo, mantém um forte sentido de autodisciplina tendo-se assim uma mente forte e uma vida saudável.
O Ninjutsu é mais que uma arte marcial; é uma filosofia de vida que preserva o "Jutsu" (técnica, natureza ou arte), o Dom nato da sobrevivência que é o Espírito do Guerreiro.
Treinamento diário constante sem descanso, dieta suspensa e cuidadosamente monitorada, treinamento "expert" em habilidades de combate armado e desarmado, residindo na segurança de um clã durante anos vivendo continuamente para ser um com os elementos próximos à natureza, eram os ingredientes para produzir uma raça de superguerreiros.
As habilidades e poderes finalmente aguçados do Ninja o capacitavam esgueirar-se através de aberturas quase impossíveis, prender sua respiração por longos períodos sob a água, nadar vastas distâncias à alta velocidade e mergulhar de grandes alturas de topos de rochedos.
Lagos nas montanhas eram onde os jovens estudantes Ninja aprendiam todos os truques necessários para conseguirem entrar num castelo a fim de realizar suas missões. Eles eram treinados para mover-se através da água silenciosamente com pouquíssimo murmúrio. Os jovens Ninjas também praticavam combate com e sem armas na água.
As técnicas de fuga na água tornaram-se apenas uma outra especialidade na gama de habilidades adquiridas pelos Ninjas. Um Ninja sabia exatamente a que profundidade ele devia nadar em baixo d’água para evitar as setas das flechas dos seus perseguidores e em anos mais tarde as balas dos mosquetes de infantaria.
As técnicas de fuga na água tornaram-se apenas uma outra especialidade na gama de habilidades adquiridas pelos Ninjas.
Um Ninja sabia exatamente a que profundidade ele devia nadar em baixo d’água para evitar as setas das flechas dos seus perseguidores e em anos mais tarde as balas dos mosquetes de infantaria.
Respiração e controle de respiração que os Ninjas tinham aprendido desde a infância, eram baseadas nos sistemas de yoga hindus. Parece provável que os métodos vieram ao Japão via China e Tibet, trazidos pelos místicos taoístas que passaram toda sua vida experimentando elaboradas técnicas respiratórias em busca de imortalidade de conter sua capacidade de respirar era útil de muitas maneiras.
Por exemplo, as vezes um Ninja em uma determinada missão o mais leve som poderia ser o último, ou se os cães dos soldados estivessem perto até expirar e inspirar o ar podiam ser fatais. Alguns Ninjas alcançavam tão alto grau de desenvolvimento que em certos casos reduziam seu batimento cardíaco entrando num estado de semitranse hipnótico do tipo yoga fingindo-se de morto.
Os documentos DENSHO têm transmitido o conhecimento das tradições das famílias NINJAS, nos dando as histórias e técnicas das antigas escolas revelando-se em formas de desenhos, linhas ou palavras escritas.
Muitos documentos do sistema NINJA nem apresentam uma forma clara e concisa, os manuscritos, em códigos e outros deliberadamente confusos para no caso de cair em mãos de pessoas que não possuam um alto nível de consciência ou não entendam o significado das técnicas.
Se o herdeiro não encontrasse uma pessoa adequada para transmitir seu conhecimento, destruía os documentos escritos, fazendo desaparecer seu estilo com sua morte.
Existem vários tipos de transmissão de ensinamentos, entre eles SHIDEN, que é a transmissão de coração para coração, KUDEN, transmissão verbal. A escola KOTO RYU KOPPOJUTSU, fundada em 1542 por SAKAGANI TARO KOMISHIGE, sobre as técnicas trazidas da China para o Japão, pelo monge SHAN BUSHO, provavelmente na dinastia HAN, conforme a tradição oral ou KUDEN, tem chegado aos nossos dias na forma original. Graças a esses documentos nos tem chegado o legado das artes marciais tradicionais japonesas, que passaram de geração a geração até chegar aos nossos dias.
O termo RYU ou escola marcial fez sua aparição no período de ASHIKAGA (1392 a 1411). Esses sistemas de treinamentos marciais foram mudando em sua forma de instrução de organização. Historicamente e tradicionalmente, os RYU do Japão foram geralmente transmitidos em linhas sanguíneas, de pais para filhos e assim sucessivamente. Os RYUS marciais foram usualmente nomeados com o nome do fundador, depois da morte do mesmo.
O nome do RYU especifica de desenvolveu através de doze gerações, aproximadamente trezentos anos antes de SKAGANI o organizar. O RYU foi então passado a MOMOSHI SANDAYO, a família MOMOSHI passou o RYU a família TODA e esta para TOSHITSUGU TAKAMATSU e então para MASAAKI HATSUMI. Outros RYU receberam o nome do povoado do fundador original. A TOGAKURE RYU NINJUTSU foi nomeada por TOGAKURE GORE de quem adotou o nome do povoado de TOGAKURE e de suas montanhas.
Destaca-se o Dr. Masaaki Hatsumi, 34º Soke da TOGAKURE RYU e herdeiro de mais oito RYUS tradicionais do Japão, fundador da BUJINKAN BUDO TAIJUTSU, na divulgação das antigas tradições marciais do Japão em sua forma cultural e filosófica fazendo com que elas não se percam, possuindo diversos alunos e instrutores em todo o mundo para a disseminação das tradições dos GUERREIROS DAS SOMBRAS. Vemos dessa maneira que as antigas tradições ainda estão vivas.
MASAAKI HATSUMI (YOSHIAKI)
21:31 |
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Dr. Masaaki Hatsumi nasceu na cidade de Noda, província de Chiba, Japão. Em 02 de dezembro de 1931; graduou-se em medicina na Universidade de Meiji – Tokyo, e hoje possui uma grande clínica de traumatologia em sua cidade natal. Amante da arte também inspira-se à pintar verdadeiras obras com quadros expostos em todo o mundo.
Autor do famoso livro Stick Fighting; que trata sobre a arte do bastão segundo o método Kukishinden, que é bem conhecido em todo os Estados Unidos, e muitos outros encontrados em todo o mundo.
Quinto Dan de Karatê é também expert em outras disciplinas tais como o Bo, a Naginata, o Yari, o Tai Jutsu, o Aiki Jujutsu, o Judô, etc. Como praticante de Judô, foi várias vezes campeão; como instrutor da modalidade, ministrava aulas na base aérea Americana. Conta-se que era evidente a vantagem dos soldados americanos devido a natureza de suas estaturas, foi quando percebera a limitação de suas técnicas. Dessa forma viajaria pelo Japão buscando uma arte marcial que superasse os limites físicos independente de quem a praticasse.
Um certo dia soube de um mestre, e em seguida foi a seu encontro. Chegando a residência do tal mestre, conta-se que estava muito ansioso para conhecer aquele grande guerreiro que ouviu falar. Ao deparar-se com aquele homem baixo e franzino, por um instante ficou em dúvida de sua busca. Mas naquele momento foi surpreendido por um olhar gélido que iniciava em seus pés e ia subindo paralisando seu corpo até chegar em seus olhos, onde sentiu um medo indescritível, em que só lhe passava pela cabeça sair daquele local o mais rápido possível, aquele homem baixo e franzino era o grande mestre Toshitsugu Takamatsu, herdeiro de nove tradições, entre elas as lendárias e temidas habilidades do Ninjutsu. Desse encontro surgiu uma grande amizade.
Seishin Teki Kyoyo
Meu mestre Takamatsu em um dado momento me disse que eu jamais seria um Meijin, mas sim um Tatsujin.
Fiquei muito desiludido quando ouvi isto, por que pensei ter conhecido o suficiente para alcançar um nível Meijin (mestre das artes de luta).
Mesmo com o passar do tempo Takamatsu não explicou-me o verdadeiro significado da palavra "Tatsujin". Com os anos de treinamento e estudo eu havia percebido o significado da palavra "Tatsujin" e percebi o quanto importante e valoroso era aquele título.
Não é necessário estar obcecado para saber quem é mais forte ou mais fraco, para se viver como ser humano. Um animal sim necessita ser forte para viver em seu habitar, mas as pessoas podem viver sem terem que provar uma para a outra quem é melhor do que quem. Esta é a característica mais maravilhosa do Ninjutsu.
Foi o que aprendi com meu mestre Toshitsugu Takamatsu.
Takamatsu Sensei um ano antes de sua morte me disse que havia me ensinado tudo, "absolutamente" tudo que ele sabia. Considerou que havia cumprido com sua obrigação de passar os ensinamentos das linhagens que ele havia recebido. Desde este momento ele iria dedicar todo o seu tempo à prática espiritual.
Quando me disse isto me senti completamente abandonado, foi o momento de maior solidão da minha vida. Senti que eu não era suficientemente bom para seguir sozinho.
Reconheço que me intrigava, que um lutador como ele estivera tão interessado no estudo espiritual e pensei durante longo tempo, sobre o equilíbrio entre o estudo religioso e a prática das artes marciais.
A religião deve ser adequada, à aquela que irá converter uma pessoa melhor e mais forte. É natural que a religião mude de acordo com o lugar de onde vem. Em japonês, religião (Shukyo) se escreve com caracteres que significam essencial ensinamento para os seres humanos. São ensinamentos muito básicos e muito importantes que somente trocam sua forma em lugares distintos. Sendo quente ou frio, próspero ou pobre, por exemplo: Se as pessoas vivem num lugar e dependem da água para sobreviver é seguro que criem um Deus da água.
Hatsumi Sensei - 1988 Japão.
Masaaki Hatsumi recebeu de seu mestre a autoridade e a posição de herdeiro sucessor em linha direta dos mestres e discípulos, remontados a sete séculos atrás vindo a tornar-se o Grande Mestre das nove tradições marciais japonesa.
* 34º Soke da Togakure-Ryu Ninpo Happo Hikenjutsu, foi fundada por volta de 1100 por Daisuke Nishina. O segundo ryu mais velho no sistema de Bujinkan Budo Taijutsu de Masaaki Hatsumi. Famosa na Bujinkan por suas armas de Ninjutsu diferentes como o Shuko, Shinodake, Shuriken, etc.
* 28º Soke da Gyokko-Ryu Koshijutsu Happo Hikenjutsu, foi fundada em meados de 1100 por Tozawa Hakunsai. É o ryu mais velho no Bujinkan Budo de Masaaki Hatsumi. Famoso pelo Kihon Happo, Sanshin no Kata, e Muto Taihen-jutsu que também são os fundamentos no sistema da Bujinkan.
* 28º Soke da Kukishin-Ryu Taijutsu Happo Hikenjutsu, foi fundada em meados de 1300 por Izumo Kanja Yoshitero. Famosa na Bujinkan por suas diversas técnicas de armas diferentes.
* 26º Soke da Shiden Fudo-Ryu Daken Taijutsu Happo Hiken, foi fundada no princípio de 1100 por Izumo Kanja Yoshitero. Famosa na Bujinkan por suas técnicas de Jutaijutsu duras.
* 21º Soke da Gyokushin-Ryu Ninpo, foi fundada em meados de 1500 por Sasaki Goemon Teruyoshi. Muito pouco desta escola foi ensinado para o mundo ocidental.
* 18º Soke da Koto-Ryu Koppojutsu Happo Hikenjutsu, foi fundada em meados de 1500 por Sakagami Taro Kunishige. Famosa na Bujinkan por seu Koppojutsu, e seu estilo de luta com Biken bastante incomum.
* 18º Soke da Gigan-Ryu Koppojutsu Happo Hikenjutsu, foi fundada em meados de 1500 por Sakagami Taro Kunishige. Famosa na Bujinkan por seu Koppojutsu, e seu estilo de luta com Biken bastante incomum.
* 17º Soke da Takagi Yoshin-Ryu Jutaijutsu Happo Hikenjutsu, foi fundada no princípio de 1600 por Takagi Oriuemon Shigenobu. Famosa na Bujinkan como "Escola de Guarda-costas " com rápidas e efetivas técnicas de Jujutsu e Daishosabaki.
* 14º Soke da Kumogakure-Ryu Ninpo Happo Hikenjutsu, foi fundada em meados de 1500 por Iga Heinaizaemon No Jo Ienaga. Muito famosa na Bujinkan por seu Kamayari e técnicas de salto.
Hatsumi Sensei criou um sistema único de treinamento englobando as nove escolas herdadas de seu mestre, no início denominado Ninpo Tai Jutsu e em seguida viria a abrir as portas da filosofia Ninpo aos primeiros alunos ocidentais, sendo que a um ano atrás mudaria de Ninpo Tai Jutsu para Budo Tai Jutsu.
Foi fundando a partir de 1972 a então conhecida hoje: Bujinkan Budo Tai Jutsu. O termo Bujinkan significa: "A Morada do Guerreiro Divino" assim como "A Casa do Deus Guerreiro", lembrando que este termo foi uma criação de Sensei Hatsumi em homenagem a seu mestre Toshitsugu Takamatsu.
Hatsumi havia tido o imenso privilégio de treinar durante vários anos com a direção do grande mestre Toshitsugu Takamatsu, sendo na atualidade um dos maiores especialistas japoneses no manejo de armas e condecorado pelo imperador Hiroito como uma relíquia cultural, sendo hoje considerado um patrimônio vivo para a nação japonesa.
O treinamento que impõe a si mesmo diariamente é muito duro e trás umas regras muito escrupulosas, como as duchas geladas matutinas, com a finalidade de ganhar uma energia especial, nada de álcool, tabaco, etc., etc. Isto o faz ter uma mentalidade nada comum entre os artistas marciais.
Junto a esta fortaleza de espírito, Hatsumi possui uma gentileza e uma simplicidade de caráter extraordinária. Os melhores mestres do Budo chegam a ele para aprender técnicas que a muito tempo são ouvidas, as quais se encontram escritas em papiros chamados Tori-Maki (documentos do tigre) ou Maki-Mono (documentos secretos) onde estão registrados, codificados e englobados junto a um treinamento psíquico e mental ocultos.
O Dojo de Hatsumi encontra-se em Noda, junto a grande cidade de Tokyo. Seu interesse está centrado em manter o patrimônio cultural do Japão e conservar vivas as técnicas da arte do Ninjutsu. Graças a ele, esta arte permite progredir por si mesmo ao indivíduo, o que motivará uma troca de sociedade. Pois teve fim à época de espionagem e a morte na antiga arte.
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TOSHITSUGU TAKAMATSU - "O TIGRE DE MONGÓLIA"
21:25 |
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Nasceu no Japão em 10 de março de 1887, na cidade de Akashi, de uma família acomodada, proprietários de uma fábrica. Chamado Hisatsugu por seus pais, ele mudou seu nome mais tarde para Toshitsugu. Assistia a escola inglesa de Kobe, cursando depois estudos no colégio Chinês de Literatura. Amante da arte e da poesia. Durante sua vida foi conhecido pelos seus vários apelidos, Nakimushi (bebê chorão), Neko no Yamamoto (o gatinho de Yamamoto), a Kikaku (chifres do demônio), à Moko no Tora (tigre da Mongólia). Agora é mantido em memória como o Bujin (o guerreiro divino) de Bujinkan, nomeado em sua honra por Sensei Hatsumi. Foi iniciado no Ninjutsu aos 9 anos de idade por seu tio, o qual pertenceu à classe samurai na província de Iga e por seu avô Masamitsu Toda, que foi supervisor dos mestres de espada nas escolas do governo de Tokugawa Shogun e agora tinha um Dojo e uma clínica de ossos em Kobe.
Tendo instruído seu neto inicialmente nas escolas Koto Ryu e Togakure Ryu, todo dia depois da escola ele podia ir ao Dojo para instrução pessoal pelo Sensei Toda. Inicialmente, não foi falado nem mesmo ensinado à ele nenhuma técnica, simplesmente foi arremessado em volta do Dojo pelo Sensei Toda até o sangue escorrer de seus joelhos e cotovelos. Sensei Takamatsu dizia depois que cada dia em seu caminho para o Dojo, ele se sentia um cordeiro sendo deixado no abatedouro. Depois de um ano cheio daqueles respectivos arremessos, Takamatsu começou a aprender a verdadeira técnica.
Do Sensei Toda, ele herdou os estilos de Shinden Fudo Ryu Jujutsu, Gyokko Ryu Koshijutsu, Shinken Koto Ryu Karatejutsu, Koto Ryu Koppojutsu, Gyokushin Ryu Ninjutsu, Kumogakure Ryu Ninjutsu e Togakure Ryu Ninjutsu. Seu pai Yosoburo educou-o para que seguisse a carreira militar mas numa briga ainda jovem, sofreu uma ruptura no tímpano, tendo ficado isento da mesma.
Quando criança seu nome era Jutaro. Aos seus 13 anos praticava diariamente a arte de Koto Ryu Koppojutsu para adquirir sua licença Shinden Fudo Ryu. Nessa idade venceu um lutador profissional de Sumô de 143 kg. Dois anos depois era chamado de Kotora (pequeno tigre). Esse mesmo ano, o jovem Jutaro, no Dojo de Masamitsu Toda (32º. Grão mestre da Togakure Ryu), lutou e venceu ao seu oponente com um Gyaku Ganseki Otoshi (lançar o adversário ao chão de cabeça). Uma foto rara (abaixo), Takamatsu (à esquerda) praticando Bo-Jutsu com seu Sensei Masumitsu Toda (à direita). Por volta dos 13 anos, enquanto estudava em uma escola Inglesa em Kobe, Jutaro entrou para o Dojo de Misuta Yoshitero Tadafusa onde treinava dia sim dia não para aprender o estilo Takagi Yoshin Ryu.
Aos 17 anos, na fábrica de seu pai conheceu Takakage Matsutaro Ishitani (cujos antepassados tinham sido Chunin Ninjas nas tropas de Jonin Hanzo Hattori, da escola de Iga Ryu) que prestava serviços de segurança na fábrica de Kobe. Ishitani soube que havia encontrado herdeiro para sua arte Kukishinden Ryu.
Depois de anos de intenso treino concederam-se os pergaminhos secretos (Densho) e o título de 27.º grande mestre de Kukishinden Ryu Happo Hiken Jutsu, além dos estilos Hontai Takagi Yoshin Ryu e Gikan Ryu Koppojutsu. Aos 21 anos partiu para China, regressando depois, já falecida a sua noiva Kokane, Jutaro adoeceu de beribéri (solitária) e tinha afetado os pulmões. A sua avó tratava dele mas seu pai mandou-o regressar para não ir contra a lei dos Ninjas mesmo que a vida lhe custasse.
Para evitar um confronto entre sua avó e seu pai, Jutaro abandonou a casa de sua avó na ausência dela. Dirigiu-se à montanha Mayasan (Maya era mãe de Buda), instalando-se nas cataratas das tartarugas. Durante a sua doença recordava os ensinamentos de seus mestres Toda, Ishitani e Mizuta. Um ancião eremita curou-o e ensinou-lhe o segredo da natureza.
Quando se sentiu curado das suas doenças praticava ao amanhecer na cascata exercícios de Koto e Togakure Ryu. Quando estava em perfeito estado tomou o nome de Kikaku (chifres do diabo). Depois de permanecer vários meses mais nas montanhas viajou através da China estudando com os melhores mestres de boxe. Competiu em várias provações e nunca foi derrotado. Neste tempo ganhou o apelido "Moko No Tora" (Tigre da Mongólia). Jutaro esteve na China durante 10 anos após a morte de sua noiva, por lá foi empregado por muitos mestres da guerra na Manchúria e na China setentrional.
Durante esse tempo a reputação de Jutaro era a de um guerreiro completamente formado. Lutou várias vezes como resultado de desafios pessoais, Na idade de 26 anos foi desafiado por um mestre de Shaolin Kung Fu de 113 kg chamado Cho Shiryu. A terceira vez que desafiou Jutaro aceitou. Concebeu num sonho a técnica do "Baile da Borboleta". No sonho viu um demônio vermelho, que com uma pesada barra de ferro, tentava apanhar uma pequena borboleta, mas esta sem esforço esquivava dos golpes. O combate teve lugar na praça da colônia inglesa e o árbitro foi o nobre senhor Ren, tio do imperador da China.
Depois de duas horas de combate os movimentos de Cho Shiryu tinham se tornado lentos (ponto fraco dos lutadores pesados), a sua visão estava nublada pelo constante suor. Jutaro limitara-se a se esquivar. No fim o senhor Ren parou o combate porque Cho Shiryu não tinha oportunidade de ganhar. Deste confronto nasceu uma irmandade entre ambos os oponentes. Enquanto esteve na China, a família Kuki detentores da Kukishinden Ryu, perderam o contato com ele, duvidando que ele retornaria ao Japão, foi então que concederam a Luani Nangaku o título de herdeiro dos ensinamentos da escola, assim quando Takamatsu eventualmente voltasse, sua posição tinha sido preenchida. Em seguida, as escrituras e documentos da família Kuki foram destruídas pelo fogo.
Mas Sensei Takamatsu foi hábil para reconstrui-los, de suas notas e memórias e presenteando-os para a família Kuki. Pelos seus serviços ele teve a permissão para criar uma sub-escola chamada Kukishinden Ryu contendo o que ele pensou ser melhor e mais apropriado para os ensinamentos Kukishinden. Seus professores Toda, Mizuta e Ishitani tinham passado todos os caminhos por esse tempo e Sensei Takamatsu agora treinava um pequeno grupo de estudantes em um Dojo que ele chamou de Sakushin Em 1919 voltou para casa e dedicou-se à estudar os ensinamentos da seita budista tântrica Mikkyo. Posteriormente, aos 30 anos de idade foi ordenado sacerdote Mikkyo Tendai-shu no mosteiro Hihei de Kyoto. Tinha encontrado o equilíbrio perfeito ao poder espiritual e ao poder do guerreiro.
Takamatsu Sensei estava uma vez em uma loja, quando vários gângsters da Yakuza entraram e exigiram dinheiro de proteção do dono assustado. Takamatsu agarrou um deles, e o prendeu na loja. Os outros ele mandou de volta ao chefe deles e lhes disse que digam que "Jutaro" (um nome ele usou na mocidade) estava na cidade. O chefe enviou uma mensagem que dizendo que a loja permaneceria só. Não é conhecido se o chefe da Yakuza fosse um amigo de Takamatsu, ou se ele tivesse sido derrotado em uma briga por Takamatsu quando criança. Aproximadamente em seus 65 anos, enquanto ele estava a caminhar, ele se encontrou com vários homens que batiam em um homem velho e naa filha jovem dele.
Os assassinos tinham estado hostilizando o homem por dinheiro de proteção que era algo que ele não pôde dispor. Takamatsu pisou adiante, e lhes disse que deixassem o homem só. A quadrilha não tinha medo de Takamatsu, até que ele chamou o líder deles de "Bozo" (menino de cabeça raspada). Chamando o líder deles de Bozo era um insulto que poucos ousariam dizer. Takamatsu disse novamente que eles deveriam deixar o homem e a filha dele só, e então ele lhes disse para voltar para o chefe deles e lhe contar que Moko No Tora (Tigre mongol) dizia que eles deveriam deixar estas pessoas sós.
Bozo enviou um dos homens dele ao líder da quadrilha que tinha herdado a quadrilha de mais de 15.000 homens de seu pai. Ele apressou-se imediatamente à cena para ver Takamatsu. Ele disse que pensou que Moko No Tora estava morto. Imediatamente ele concordou em deixar a família só, com medo de Takamatsu. O líder enviou pacotes de flores então à família em desculpa. Na recente década de 60, Takamatsu Sensei escreveu uma série de artigos no Japão Times (importante meio de comunicação do Japão).
Todos estes artigos falaram de Ninjutsu, do Budo e Bujutsu. Em um dos artigos, escreveu Takamatsu que quando lutando em verdadeiras artes marciais, você deve a acima de tudo estar preparado para matar seu atacante, ou matar a pessoa que você está atacando.
Em resposta para isto, um professor de Karatê japonês que ocupava uma posição muito alta foi na televisão japonesa e disse que o que Takamatsu tinha escrito estava errado, que esses dias não tinham existidos ou existiram a muito tempo e já nem precisavam existir qualquer pessoa mais nesta idade presente. Ele também declarou que pensa que Takamatsu era um "velho", estando vivendo em cima de longos 80 anos passados. Takamatsu Sensei declarou em outra entrevista longa que ele era "o próprio passado", e viu os comentários do professor de Karatê como um desafio que ele desejou aceitar. Ele deu para o professor de Karatê três dias para retratar as declarações publicamente. Se não, Takamatsu Sensei pretendia lutar e o matar, com as mãos amarradas atrás das costas.
Três dias depois, a declaração feita pelo professor de Karatê foi retratada. Depois de seus anos como sacerdote, Takamatsu casou-se aos 32 anos em matrimônio com a jovem Tane, indo morar à oeste de Iga, em Kashiwara City. Por volta dos seus 70 anos conheceu seu melhor estudante e amigo, Masaaki Hatsumi, com qual treinou durante mais 15 anos na cidade de Nara.
Sensei Takamatsu demonstrando uma técnica com Masaaki Hatsumi (atual Soke).
Ao fim de seus dias nomeou a Masaaki Hatsumi, Soke dos 9 Ryus que integram a Bujinkan. Morreu a 2 de abril de 1972 à idade de 85 anos.
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YOROI - "A ARMADURA"
21:23 |
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Para quebrar um YOROI (armadura), era necessário contar com diferentes instrumentos (armas). Um dos mais importantes e mais utilizados, especificamente usado na vanguarda dos ataques, era o NYO-BO, um tronco maciço, robusto e pesado, às vezes recoberto por placas de aço. Também se utilizava como escudo para repelir ataques de toda índole, igual à SENBAN SHURIKEN que eram lançadas no rosto ou nas mãos dos oponentes com armadura, para logo contra atacar ou escapar à espera de um melhor momento para o confronto. Nos momentos de batalha também de utilizavam diferentes armas longas providas de ganchos nas extremidades que serviam para enganchar e derrubar os SAMURAIS, que usavam YOROI, de sua montaria quando vinham em grande velocidade cavalgando para atacar. Uma vez derrubados, os arrematavam ou faziam algum aliado com esta tática. Era muito importante fazer com que o inimigo que usa-se YOROI caísse de bruços, visto que nesta posição seus movimentos se tornavam lentos e torpes por causa do peso que a armadura exercia sobre suas costas somando ao impacto da queda.
O KAMAYARI foi outra arma muito utilizada para esse tipo de objetivo, Sua ponta de lança e seus dois ganchos laterais possibilitavam muitas técnicas conjuntas, causavam mais danos ao engancha-la e logo puxa-la do que se somente tentasse furar nos pontos estratégicos das armaduras. O KABUTO-WARI servia para quebrar e furar a armadura, especialmente o KABUTO (capacete). Com a forma de um JUTTE curvo, porem mais robusto e com ponta e fio em um dos seus lados, era efetivo contra uma armadura completa.
Também era muito usual o KURARI (corrente), o YOROI DOOSHI (adaga para perfurar armadura) e o BISEN-TO, arma pesada e afiada para deter SAMURAIS montados, cortando-lhe as patas de seu cavalo. Alem disso poderia amassar e cortar o YOROI de qualquer guerreiro.
O propósito desta nota sobre história e tradição não pretende ser exaustiva e sim, bem mais ilustrativa e informativa.
A investigação e aprofundamento do estudo devem partir de cada um de nós.
NINPO IKKAN!!
Material cedido pela BUJINKAN TAN GO DOJO, Argentina.
- Shihan Daniel Hernandez - 15º Dan.
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KUNOICHI - “FLOR MORTÍFERA”
21:19 |
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- Ninja Feminina -
"Mais perigosa que a arma mais mortífera, com uma beleza mais deslumbrante que uma luz e capaz de penetrar no coração do inimigo mais profundo que um punhal, a mulher Ninja era ao mesmo tempo a arma mais sedutora e traiçoeira".
"Como um aspecto que podia excitar e seduzir ao mais rude inimigo e um treinamento misto que compreendia a delicadeza de uma Gueixas e as cruéis habilidades do Ninja, uma só Kunoichi poderia causar mais dano que um bando de Ninjas".
Os Ninjas se deram conta da facilidade de ocultar que tinham a mulher e as crianças, já que de um homem se poderia esperar qualquer coisa, mas nunca de uma mulher e das crianças, já que não os consideravam como guerreiros. Ao menos isto foi o que ocorreu nos primeiros atos de rebelião, já que posteriormente a ira dos Samurais caiu igualmente sobre qualquer ser vivo, homem ou mulher, criança ou velho.
A Kunoichi, ao contrário de seus companheiros de sexo, os quais tinham que obedecer cegamente era considerada um Ninja e o sexo não constituía uma discriminação, chegando inclusive a supor uma rivalidade com o treinamento Ninja. A mulher tinha a vantagem de seduzir com facilidade o inimigo, coisa que os homens obviamente não podiam fazer.
Convertidas em espiãs tinham relações sexuais com o inimigo, para extrair todo o tipo de segredo durante o ato amoroso, como matá-lo quando mais entusiasmada estivesse sua presa. Portanto, quanto mais amorosa mais eficiente.
Utilizando ervas afrodisíacas e estratégias Kisha (desejo sexual), minavam lentamente a vontade de qualquer homem satisfazendo ao mesmo tempo todos os desejos, com a finalidade de lucrar com aqueles que confiaram cegamente nelas. Provocava disputas e desavenças entre membros de um mesmo clã inimigo com o propósito de que se traíssem uns aos outros ou chegassem a lutar entre eles, momento que a Kunoichi aproveitava para roubar segredos ou evadir-se com alguma criança como refém.
O treinamento da Kunoichi era intenso, similar ao dos homens, mas incluía o engano, a sedução e o uso do sexo como arma, sendo seu modo favorito para matar o envenenamento e para isso utilizavam seus amplos conhecimentos Yagem (farmacologia). Estes venenos eram extraídos de minerais, plantas, vísceras de animais, assim como esterco e sangue de cavalo. A pessoa que era infectada por alguma dessas substâncias morria vítima de cólera, ou ao menos cairia fora de combate durante vários dias.
Outro dos elementos utilizados eram os gases anestésicos que misturavam com os aromas do inimigo, ou o pó picante venenoso, que derramado pelo colo causava uma enlouquecedora coceira, momento que a Kunoichi aproveitava para completar sua ação.
Em relação às armas, a Kunoichi utilizava com preferência a espada Shinobi Ken com o comprimento de 70 cm e a levava camuflada. Esta espada, sensivelmente pais pequena que as utilizadas pelos Samurais, era muito apta para os disfarces e ocultações e graças a seu reduzido peso podia ser manejada com facilidade pelas mulheres ninjas.
Os Tonki eram uma série de pequenas armas de metal que usavam, em geral, clandestinamente, tanto Ninja como Kunoichi. Entre estas pequenas armas encontramos lâminas e pequenos objetos, dardos e outras armas afiadas como os Shurikens, os Shakens ou os Tetsubishis ou Makibishi.
As demais Tonki dividiam-se em duas classes destas pequenas armas que só eram usadas pelas Kunoichi e, às vezes, pelas Gueixas; estas duas armas são as seguintes: a Kanazashi, que era uma varinha afiada que servia para prender o cabelo. Algumas desta Kanazashi tinham nas extremidades canais que serviam para levar veneno, o qual se inoculava quando o fio era cravado. E o Kaiken, que era uma lâmina de reduzida dimensão e podia ser usada como punhal ou como arma de arremesso, tanto é assim que os especialistas crêem que o Kaiken é o antepassado do Shuriken. Estas duas armas eram usadas quando as Kunoichi se vestiam como mulheres normais.
O material Tonki era usado pelas Kunoichi, geralmente, quando estas seduziam uma pessoa importante; depois de uma noite de prazer e de haver conseguido a informação que a interessava, a mulher Ninja matava a sua vítima com alguma arma do arsenal Tonki furando os olhos, os ouvidos e a garganta com a qual a vítima morria de forma rápida e silenciosa.
Agulhas e dardos pequenos (Fukumi Bari) eram escondidos na boca, em pequenos canos, com a finalidade de lançar no momento que menos se esperava ou cravar no momento de uma união afetiva. Às vezes se utilizavam de uma zarabatana (Fukiya) para lançar dardos.
As flechas eram também armas usadas com efetividade pelas Kunoichis. Usavam de todas classes, incluindo as explosivas, as incendiárias e as envenenadas. Os arcos que usavam eram de bambu, pequenos, com o qual podiam carregar sem deixar seus outros pertences no caso de fuga e podiam esconder-se em qualquer lugar.
O leque de ferro era também usado pelas Kunoichis igual aos Samurais, mas as características destes Tessen eram distintas que as dos senhores guerreiros. Os Samurais tinham uns abanicos (leques) totalmente de ferro para se defender quando perdiam a Katana em combate. Sem dúvida, o leque Samurai todo mundo podia ver que era de ferro, mas o Tessen das Kunoichis era de madeira e tela, exceto as varas centrais, as quais eram de aço e estavam afiadas e embebidas em veneno, para assim poder matar com um simples corte; era uma arma muito eficiente e estava à vista de todos sem que nada superasse sua capacidade mortífera.
O irresistível desejo que as Kunoichis inspiravam deram acesso aos mais escondidos "santuários" dos senhores da guerra no Japão feudal e as converteram nas espiãs por excelência. Graças a sua liberdade de ação, as Kunoichis eram uma das principais fontes de informação que os Ninjas tinham a sua disposição.
A função que a Kunoichi representava dentro do campo inimigo era a de servidora ou concubina do senhor feudal (Daimyo), um trabalho que não era considerado negativo por seu companheiro Ninja, cuja falta de moral profissional os fazia aceita-lo como uma tarefa a qual eles não estavam capacitados. As Kunoichis eram consideradas colaboradoras imprescindíveis nos acontecimentos do Ninja e, portanto eram tratadas com grande respeito, ao mesmo tempo em que se exigia um treinamento tático superior inclusive ao dos homens.
Uma vez que uma jovem de um Clã Ninja era designada a ser Kunoichi, sua instrução começava ao mesmo tempo em que a de seus companheiros meninos. Velocidade, equilíbrio, força, agilidade e resistência, constituíam os aspectos físicos de seu treinamento. De maneira similar à astúcia, variedade de recursos, resolução e disciplina eram parte do regime mental da mulher Ninja.
Ensinavam-lhe em profundidade métodos de sedução, até o ponto que eram capazes de seduzir qualquer pessoa, homem, mulher, criança, príncipe, sacerdote ou monge, ao nível que fora necessário para conseguir seus fins. Estes níveis de sedução englobavam um amplo aspecto desde o mais corriqueiro até a extorsão sexual. Grande parte de seu treinamento era dedicada a desenvolver habilidade inata para julgar e determinar os pontos frágeis de uma pessoa, para assim obter os melhores resultados.
Como se poderia escapar, a Kunoichi era também especialista no uso do armamento Ninja, em previsão de que sua verdadeira missão fosse descoberta. Além da auto defesa a Kunoichi preferia usar armas sutis cujo uso era dirigido a um grupo especifico. Seu arsenal incluía venenos ou drogas, que levava na boca com a finalidade de passa-la a seu inimigo e toda classe de gases e explosivos.
Menos sutis era sua coleção de armas do Kakushijutsu, consistentes em pequenos objetos, agulhas, alfinetes escondidos pregados em sua roupa ou camuflados em faixas, presilhas de cabelo e outros utensílios feminino, que levava sempre consigo, sendo que nunca estava desprotegida. Por desgraça, não se podia dizer o mesmo de sua vítima que raramente estava preparada quando a Kunoichi soltava o cabelo ou o abraçava.
MOMOCHI SANDAYU
21:08 |
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Exceto pela família Hattori, as famílias Momochi e Fujibayashi, são as mais conhecidas famílias Ninja da província de Iga. De acordo com algumas fontes eles também vieram de Otomo Hosoto e da família Otomo. Também é dito que a família Momochi controlava a parte sul de Iga, a família Hattori o meio e a Fujibayashi a parte norte da província. Momochi Sandayu, foi um dos mais conhecidos Ninja Jonin (Líder) antes de Hattori Hanzo.
Momochi Sandayu, durante a era Tenbun 1542- 1555, o Soke (grande mestre ou cabeça da família) da Momochi Ryu, Koto Ryu e Gyokko Ryu. Ele era muito conhecido como um Ninja muito habilidoso.
Para esconder sua identidade ele tinha nada menos do que três casas diferentes, uma delas era em Ryugu Sanbomatsu, na província de Yamato, que foi fundada por Daimyo Kitabatake Tomonori, as outras em Hojiro Yamato e Takiguchiju. Ele também tinha três diferentes famílias que ele alternava entre elas. O principal lugar que ele viveu durante a década de 1570, parece ser Ryugu Sambontasu, desde que ele foi considerado um dos homens que liderava naquela vila.
Algumas fontes atestam que Momochi Sandayu e o terceiro mais famoso líder Ninja Fujibayashi Nagato eram a mesma pessoa. Isto deveria ser confirmado nas premissas que quando Oda Nobunaga, invadiu Iga em 1581, não existia evid6encias que ele estava ativo, mas aquele Momochi estava. Outra razão é que a família Momochi, não esta listada entre as 45 principais famílias Ninja do sistema Ninjutsu.
Uma das casas de Momochi Sandayu, em Takibichi-Jo perto de Iga Ueno foi incendiada pela invasão de Oda Nobunaga em Iga, mas Momochi Conseguiu escapar com seus homens e esperou em Sanbonmatsu até chegar as noticias do massacre de Tenno Iga No Ran em 10 de Junho de 1582. Sandayu Momochi, provavelmente morreu não muito depois da invasão de Iga, sua cova foi achada na década de 1960 no velho terreno da família perto da vila de Nabary no pé da montanha Oka-One, aproximadamente 24 Km de Iga Ueno. Ela estava localizada em uma colina perto de suas casas.
Momochi Sandayu II, herdou a Gyokko Ryu e a Koto Ryu na era Tensho em (1570-1592) de Momochi Sandayu. Quem foi o próximo Soke da Momochi Ryu ninguém sabe. A Gyokko Ryu e a Koto Ryu, foram passadas para Momochi Tanba Yasumitsu, na era Bunroku (1596-1615). Ele era também conhecido como Tanba no Kami e mestre do castelo Ryogu. Momochi Tara Saemon, que foi o mestre do castelo Ueno Shokudai na província de Iga, pegou o trabalho desse Soke na era Genna (1615-1624). Depois disso as duas Ryu deixaram a família Momochi para perambular por outros caminhos pela província de Iga.
Outras pessoas conhecidas na família Momochi foram Momochi Jindayu Yasutasu, Momochi Sannojo e Momochi Chuazaburu Yasumasu, entre outros. Pode-se provar que os métodos eram muito efetivos através das Kunoichi (ninja mulher), que se chamava Tanaka Sadako, que nunca foi descoberta quando trabalhava com disfarce (Henso Jutsu).
Os descendentes de Momochi Sandayu, ainda vivem em uma de suas casas mas eles não tem mais nenhuma conexão com a tradição Ninja de Momochi. Colecionadores em torno de duas ou três gerações atrás.
NINJUTSU WA SHIYOKU NO TAME NI OKONAU BEKI MONO
NI ARUZU, KOKKA NO TAME, SHUKUN NO TAME NI
MATAWA ISSHIN NI KINAN NOGARURU TOKORO NAKI
NI OYONDE YAMUOEZU SHITE OKONAU MONO NARI
MOSHI SHIYOKU NO TAME NI KONONDE KORE O OKONA
U NIOYOBEBA SO NO JUTSU JITSU WA KANARAZU YABURU BESHI
IGA RYU KARATE KOTO RYU KOPPOJUTSU.
- SOKE MOMOCHI SANDAYU
Tradução:
- Alexandre Carvalho - Shidoshi Ho
Ninjutsu não é para seus fins egoístas.
É para seu país, seu senhor, e para quando não houver outro recurso diante do perigo físico.
Se você usa-lo para seus desejos egoístas, estará destruindo a original e verdadeira essência do significado da arte.
Iga Ryu Karatê Koto Ryu Koppojutsu
- Mestre Momochi Sandayu.
NOTA
Escrita em Meados de 1500 pelo Soke Momochi líder de três famílias ou clãs de Ninjutsu, dois deles pertencentes à BUJINKAN (Momochi Ryu, Koto Ryu e Gyokko Ryu).
GOGYÔ - GODAI SHO SHIN GO KEI GOGYO NO KATA
20:54 |
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"AS CINCO MANIFESTAÇÕES"
Baseado nas disciplinas do norte da Índia e do Tibet a doutrina Ninpo Mikkyo (conhecimentos secretos que estabelece os cinco elementos como originários de toda técnica humana). Os cinco elementos, as cinco manifestações da matéria, os cinco "Godai / Gokyo" provêem uma série de códigos simbólicos que podem ser utilizados para descrever as diferentes maneiras de responder a um confronto.
AS CINCO REPRESENTAÇÕES, SÃO ELAS:
CHI: a terra representa a matéria sólida.
SUI: a água simboliza a matéria líquida.
KA: o fogo representa a combustão e os elementos energéticos.
FU: o vento simboliza os gases.
KU: o vácuo (vazio), representa a energia amorfa sub-atômica que é a base da estrutura de todas as coisas.
Também simboliza a natureza emocional dos seres humanos. Em sua aplicação mais prática, o CHI (terra), transparece na estabilidade emocional da personalidade do lutador, e é claramente visível no combatente que não vacila ao aplicar sua força contra os atacantes; o SUI (água), faz-se notar na flexibilidade e representa o lutador evasivo que utiliza passos defensivos angulares em técnicas suaves. A influência KA (fogo), é vista na agressividade e nos ataques diretos e simples. O FU (vento) exala-se na sabedoria e no amor e representa os métodos evasivos que redirecionam os ataques do agressor. O KU (vácuo, vazio), é o elemento criador, comunicativo; a espontaneidade absoluta e a criatividade aplicada na luta.
Cada um desses códigos de manifestações energéticas podem ser observados nas posições empregadas pelo método de combate Ninja. O praticante deverá estudar e procurar captar o espírito inerente em cada posição – que define o elemento interior, a emoção e o sentimento.
OS QUATRO ELEMENTOS DA TÉCNICA NINJA SÃO:
SEGUNDO A FONTE DA DINÂMICA DO CORPO
CHI (Terra): Força.
SUI (Água): Poder.
KA (Fogo): Energia.
FU (Vento): Adaptabilidade.
RELAÇÃO E CARACTERÍSTICAS ENTRE ELEMENTOS E POSTURAS
.ELEMENTO TERRA: Ambas as posições (em pé: Shizen no Kamae, e sentado: Fudo no Kamae) representam a firmeza tanto física quanto psicológica. Posicionado firmemente, imóvel.
.ELEMENTO ÁGUA: Pronto para manobras evasivas. Ichimonji no Kamae (posição desarmada / defensiva) e Doko no Kamae (posição “tigre”). Angulando em Zig-Zag, escapando do ataque.
.ELEMENTO FOGO: O potencial destrutivo e agressivo evidencia-se no Jumonji no Kamae (posição ofensiva) e Kosei no Kamae (posição de ataque). Avançando, em perseguição. Arrancos.
.ELEMENTO VENTO: A adaptabilidade e evasividade do vento tornam as posições inesperadas e mutáveis e são vistas no Hira no Kamae (posição Urso aberta, recepção). Movimentos circular e lateral. Evasivas.
NO QUE SE REFERE AO ADVERSÁRIO
.Terra: O Ninja não se deixa afetar por nada e nada lamenta. É inamovível.
.Água: O Ninja parece inatingível e quando é atingido nada detém seu contra-ataque.
.Fogo: O Ninja não pode ser detido, não há como impedi-lo de agir.
.Vento: O Ninja é astuto e fugidio. Nada pode lhe causar dano.
Baseado nas disciplinas do norte da Índia e do Tibet a doutrina Ninpo Mikkyo (conhecimentos secretos que estabelece os cinco elementos como originários de toda técnica humana). Os cinco elementos, as cinco manifestações da matéria, os cinco "Godai / Gokyo" provêem uma série de códigos simbólicos que podem ser utilizados para descrever as diferentes maneiras de responder a um confronto.
AS CINCO REPRESENTAÇÕES, SÃO ELAS:
CHI: a terra representa a matéria sólida.
SUI: a água simboliza a matéria líquida.
KA: o fogo representa a combustão e os elementos energéticos.
FU: o vento simboliza os gases.
KU: o vácuo (vazio), representa a energia amorfa sub-atômica que é a base da estrutura de todas as coisas.
Também simboliza a natureza emocional dos seres humanos. Em sua aplicação mais prática, o CHI (terra), transparece na estabilidade emocional da personalidade do lutador, e é claramente visível no combatente que não vacila ao aplicar sua força contra os atacantes; o SUI (água), faz-se notar na flexibilidade e representa o lutador evasivo que utiliza passos defensivos angulares em técnicas suaves. A influência KA (fogo), é vista na agressividade e nos ataques diretos e simples. O FU (vento) exala-se na sabedoria e no amor e representa os métodos evasivos que redirecionam os ataques do agressor. O KU (vácuo, vazio), é o elemento criador, comunicativo; a espontaneidade absoluta e a criatividade aplicada na luta.
Cada um desses códigos de manifestações energéticas podem ser observados nas posições empregadas pelo método de combate Ninja. O praticante deverá estudar e procurar captar o espírito inerente em cada posição – que define o elemento interior, a emoção e o sentimento.
OS QUATRO ELEMENTOS DA TÉCNICA NINJA SÃO:
SEGUNDO A FONTE DA DINÂMICA DO CORPO
CHI (Terra): Força.
SUI (Água): Poder.
KA (Fogo): Energia.
FU (Vento): Adaptabilidade.
RELAÇÃO E CARACTERÍSTICAS ENTRE ELEMENTOS E POSTURAS
.ELEMENTO TERRA: Ambas as posições (em pé: Shizen no Kamae, e sentado: Fudo no Kamae) representam a firmeza tanto física quanto psicológica. Posicionado firmemente, imóvel.
.ELEMENTO ÁGUA: Pronto para manobras evasivas. Ichimonji no Kamae (posição desarmada / defensiva) e Doko no Kamae (posição “tigre”). Angulando em Zig-Zag, escapando do ataque.
.ELEMENTO FOGO: O potencial destrutivo e agressivo evidencia-se no Jumonji no Kamae (posição ofensiva) e Kosei no Kamae (posição de ataque). Avançando, em perseguição. Arrancos.
.ELEMENTO VENTO: A adaptabilidade e evasividade do vento tornam as posições inesperadas e mutáveis e são vistas no Hira no Kamae (posição Urso aberta, recepção). Movimentos circular e lateral. Evasivas.
NO QUE SE REFERE AO ADVERSÁRIO
.Terra: O Ninja não se deixa afetar por nada e nada lamenta. É inamovível.
.Água: O Ninja parece inatingível e quando é atingido nada detém seu contra-ataque.
.Fogo: O Ninja não pode ser detido, não há como impedi-lo de agir.
.Vento: O Ninja é astuto e fugidio. Nada pode lhe causar dano.
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MUSHA SHUGYO
20:49 |
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O Musha Shugyo possui um grande significado a partir do ponto de vista psicológico; significado que vamos decifrar uma vez que apontarmos a visão aos mais importantes Musha Shugyo que são apresentados na história do Ninpo. Deste modo nos valorizemos desta perspectiva para contemplar um praticante Musha Shugyo contemporâneo, o que corresponde à Toshitsugu Takamatsu, o 33º Grande mestre de Ninpo Togakure-Ryu.
Uma conseqüência interessante é observar que os próprios fundamentos do ninjutsu provem do Musha Shugyo Daisuke Nishina de Togakure. Daisuke foi originalmente treinado conforme os preceitos da tradição do ascetismo guerreiro do Monte Togakure que, concede uma atenção especial ao desenvolvimento da força, a qual permite alcançar uma harmonia com os elementos naturais, assim com a capacidade de canalizá-los. Com tudo, os praticantes de Shugenja Togakure não eram politicamente populares e em 1181 as tropas de Heike empreenderam em oposição.
Ainda que Daisuke tenha lutado pela forma de vida na qual havia encontrado em grande significado, depois de três anos as tropas de Heike alcançaram seu objetivo. Daisuke foi obrigado a fugir, e abandonou Nagano (seu lugar de nascimento) para a remota região de Iga. Apesar de escapar com vida, perdeu tudo, inclusive seu status de samurai. No Japão feudal, onde os estatus e a família eram de principal importância, isto equivaleria a perder a própria identidade. Em outras palavras, o Musha Shugyo de Daisuke, implicou-se em rebaixar-se da elite da sociedade a uma posição de vagabundo.
Contudo, foi nas regiões montanhosas de Iga, onde Daisuke conheceu o guerreiro-sacerdote Kain Doshi, quem havia saído da China para ir ao Japão. Kain Doshi, era um sacerdote místico, um sábio taoísta que propunha um sistema de "consciência integrada mente - corpo", que se fundamenta numa compreensão pessoal do universo. Foi aí, onde Daisuke aprendeu os aspectos externos e internos da realidade, aspectos que complementariam o conhecimento que havia obtido na raiz de suas práticas de Yamabushi Shugendo no monte Togakure.
Foi nesse lugar, nos remotos bosques de Iga, que Daisuke adotou o nome de Togakure, com o qual simboliza tanto suas origens como Yamabushi como seu renascimento em um novo plano de consciência, o mesmo que o havia ensinado Kain Doshi. E foi precisamente o acoplamento destas duas tradições que marcou o início do Ninjutsu Togakure-Ryu.
Através desta imagem de Daisuke, alcançamos uma importante visão da natureza do método ninja, já que é o fundador de uma instituíção cultural que lhe imprime o caráter e a orientação, os quais a distinguem. è precisamente o Musha Shugyo de Daisuke que proporciona a chave para entender esta influência.
Deste ponto de vista psicológico, o Musha Shugyo simboliza um passo crucial, sempre espantoso, que se da no desenvolvimento da personalidade; possivelmente é um dos passos mais importantes que um indivíduo pode dar em sua vida. Muitas vezes é considerado como "o ciclo do herói", preceito tomado nos estudos realizados em mitologia, este passo se distingue por série de fases claramente estabelecidas. Conforme prossigamos no estudo do ciclo do herói, e concentrando-nos em seu fundo psicológico, observaremos que os eventos do Musha Shugyo de Daisuke seguem com exatidão cada uma de suas fases.
O ciclo do herói põe em manifesto esse movimento na personalidade, quando um indivíduo penetra nas regiões desconhecidas de sua psique e empenha em explora-la, geralmente em busca de uma resposta, ou de um maior conhecimento. Recordamos que esta região inclui aspectos dos quais não queremos inteirar-nos (posto que geralmente nos causam temor), assim como partes poderosas de nós mesmos, que antes nunca havíamos conhecido, não é difícil imaginarmos que se trata de uma viagem interior identificada como perigosa. Nos mitos e lendas este movimento se simboliza pelo personagem principal ao tomar a decisão, ou ao concluir a toma-la, de abandonar seu lar e empreender-se numa grande viagem para uma terra distante.
Esta viagem sempre implica renunciar a tudo quanto é conhecido e adentrar-se no âmbito do desconhecido. E é no limite situado entre ambas regiões que desperta uma ação transcendente. O personagem principal, é aniquilado, derrotado ou ferido seriamente por um poderoso adversário, animal ou espírito, conhecido como o "guardião do umbral". quase sempre o herói cai inconsciente. E em muitas histórias este parece que é o fim e que o argumento é terrivelmente trágico.
No que se expressa a um nível psicológico que é o indivíduo que está abandonando as regiões da psique, o "ego" (essa parte de nós que se encontra consciente e plena de luz) e está por chegar ao limite que limita com o "inconsciente" (essa parte plena de mistério e obscuridade). No que sucede neste ponto é que o ego é "consumido" pelas forças vastamente mais poderosas do inconsciente. Assim de importantes e poderosos como sentimos ser, não somos nada em comparação com a força e o potencial do inconsciente que habita em nosso interior.
Antes de passar a seguinte fase, nos ocuparemos de examinar o paralelismo que existe entre a vida de Daisuke e o anterior. Daisuke habitava em lugar que lhe era sumamente familiar, próximo ao Monte Togakure. Este local constituía sua "região do conhecido". Todavia, foi derrotado e obrigado a sair de sua casa. Como podemos ver, Daisuke foi forçado a abandonar a comodidade que lhe oferecia a "luz" e a iniciar uma viagem a distintas partes do Japão (assim como distintas partes de sí mesmo) onde nunca havia estado antes. O que se sabia até este momento já não lhe ia servir. Teria que aprender uma nova forma de relacionar-se com ele e com os demais. Tendo perdido sua "identidade" de samurai, também teria que reconstruir partindo por pouco no sentido de valor próprio e de fortaleza pessoal.
Tanto nas lendas como nos mitos, é no ponto do estado inconsciente e da derrota que se desperta a intervenção de um ente sobrenatural. Entre os personagens que se utilizam para expressar isto figuram animais, espíritos ou um "Velho Sábio". Qualquer que seja o tipo de intervenção, o novo personagem auxilia ao herói em sua viagem até as terras distantes, ou através do mar.
Conforme a interpretação psicológica, neste momento o indivíduo começa uma relação com uma parte mais profunda de sí mesmo. Este sí "total" se simboliza de uma forma sobrenatural, dado que experimenta subjetivamente como algo "mais distante do reino humano". O que sucede é que o ego geralmente representado por um personagem "jovem" (em vista de que não é mais uma pequena parte de toda a pressão, mas se considera o todo) está encontrando-se com o inconsciente (usualmente representado por um ente "velho"). E com esta conexão se obtém uma integração das regiões consciente e inconsciente da psique, uma totalidade autêntica.
Derrotado e despojado de seu lugar que lhe correspondia na sociedade feudal japonesa, Daisuke se dedicou a perambular pelas remotas regiões de Iga. Além disso as derrotas que lhe infligiram ao Monte Togakure, indubitavelmente experimentou também o temor que o descobrissem ou continuassem perseguindo-o, assim como as penúrias de uma alimentação sumamente limitada e de viver fora de sua terra e, por último, as terríveis dúvidas e o tormento interior que estão acostumados a experimentar aqueles que s e encontram vivendo sob situações de enorme tensão.
Contudo, em meio de sua derrota se relaciona com um homem que representa uma nova forma de ver o mundo. Kain Doshi era, em muitos sentidos, essa "força natural" que acudiu em auxílio do derrotado ego. Constitui a imagem modelada do "Velho Sábio". E foi ele quem proporcionou a Daisuke algo mais precioso e mais poderoso, do que jamais pudera obter no caso de ter permanecido em Nagano vivendo a vida de um samurai. E nós sabemos o tipo de poder foi que recebeu, suposto que as famílias ninja e o sistema de ninjutsu tenham sobrevivido durante 900 anos através dos altos e baixos da variada história japonesa.
O conhecimento recém adquirido por Daisuke equivale a aquele que se obtem ao final da viagem realizado pelo herói: "o tesouro difícil de obter". Em algumas ocasiões simbolizadas pelo representando algo de enorme valor, algo que possa completar e enriquecer a vida daquele que busca. Então o herói pode regressar a terra do conhecido, e seu "tesouro" lhe confere o privilégio de ser uma pessoa provida do conhecimento e do poder do mais além.
O Musha Shugyo de Daisuke tem sido imitado por muitos ninjas. Em vista da limitada informação que temos dos ninja, somente podemos referir duas viagens com certo detalhe. A primeira delas foi o empreendido por Toshitsugu Takamatsu, o 33º Grande Mestre de ninjutsu Togakure-ryu, Takakage Matsutaro Ishitani, o 26º Grande Mestre do Ninpo Happo Hiken Kukishinden-Ryu (a arte das armas secretas), Toshitsugu Takamatsu viajou pela China, estudando com os melhores mestres de boxes. Foi nesse tempo que ganhou o apelido de "Tigre Mongol". Regressou ao Japão e viveu durante alguns anos nas montanhas. Em 1919 voltou a casa e se dedicou a estudar os ensinamentos da seita budista tântrica de mikkyo. Posteriormente se ordenou como sacerdote mikkyo do Tendai-Shu.
Novamente temos a vigem do conhecido ao desconhecido, assim como o desenvolver da força espiritual. É um fato quase seguro que apesar de ser um Grande Mestre de Ninpo Togakure-Ryu, antes de chegar a dominar os novos sistemas de combate, teve que padecer derrotas a mãos dos mestres chineses de boxe (derrotas que provavelmente foram muito mais difíceis de serem aceitas para um Grande Mestre do que para um novato), daí que estas foram psicologicamente mais intensas. Evidentemente que também experimentou um tipo totalmente distinto de derrotas durante os anos que passou recolhido nas montanhas. E assim após destas derrotas, percebemos finalmente o desenvolver da fortaleza pessoal, obtido das regiões desconhecidas da mente: a essência tântrica do mikkyo.
Uma conseqüência interessante é observar que os próprios fundamentos do ninjutsu provem do Musha Shugyo Daisuke Nishina de Togakure. Daisuke foi originalmente treinado conforme os preceitos da tradição do ascetismo guerreiro do Monte Togakure que, concede uma atenção especial ao desenvolvimento da força, a qual permite alcançar uma harmonia com os elementos naturais, assim com a capacidade de canalizá-los. Com tudo, os praticantes de Shugenja Togakure não eram politicamente populares e em 1181 as tropas de Heike empreenderam em oposição.
Ainda que Daisuke tenha lutado pela forma de vida na qual havia encontrado em grande significado, depois de três anos as tropas de Heike alcançaram seu objetivo. Daisuke foi obrigado a fugir, e abandonou Nagano (seu lugar de nascimento) para a remota região de Iga. Apesar de escapar com vida, perdeu tudo, inclusive seu status de samurai. No Japão feudal, onde os estatus e a família eram de principal importância, isto equivaleria a perder a própria identidade. Em outras palavras, o Musha Shugyo de Daisuke, implicou-se em rebaixar-se da elite da sociedade a uma posição de vagabundo.
Contudo, foi nas regiões montanhosas de Iga, onde Daisuke conheceu o guerreiro-sacerdote Kain Doshi, quem havia saído da China para ir ao Japão. Kain Doshi, era um sacerdote místico, um sábio taoísta que propunha um sistema de "consciência integrada mente - corpo", que se fundamenta numa compreensão pessoal do universo. Foi aí, onde Daisuke aprendeu os aspectos externos e internos da realidade, aspectos que complementariam o conhecimento que havia obtido na raiz de suas práticas de Yamabushi Shugendo no monte Togakure.
Foi nesse lugar, nos remotos bosques de Iga, que Daisuke adotou o nome de Togakure, com o qual simboliza tanto suas origens como Yamabushi como seu renascimento em um novo plano de consciência, o mesmo que o havia ensinado Kain Doshi. E foi precisamente o acoplamento destas duas tradições que marcou o início do Ninjutsu Togakure-Ryu.
Através desta imagem de Daisuke, alcançamos uma importante visão da natureza do método ninja, já que é o fundador de uma instituíção cultural que lhe imprime o caráter e a orientação, os quais a distinguem. è precisamente o Musha Shugyo de Daisuke que proporciona a chave para entender esta influência.
Deste ponto de vista psicológico, o Musha Shugyo simboliza um passo crucial, sempre espantoso, que se da no desenvolvimento da personalidade; possivelmente é um dos passos mais importantes que um indivíduo pode dar em sua vida. Muitas vezes é considerado como "o ciclo do herói", preceito tomado nos estudos realizados em mitologia, este passo se distingue por série de fases claramente estabelecidas. Conforme prossigamos no estudo do ciclo do herói, e concentrando-nos em seu fundo psicológico, observaremos que os eventos do Musha Shugyo de Daisuke seguem com exatidão cada uma de suas fases.
O ciclo do herói põe em manifesto esse movimento na personalidade, quando um indivíduo penetra nas regiões desconhecidas de sua psique e empenha em explora-la, geralmente em busca de uma resposta, ou de um maior conhecimento. Recordamos que esta região inclui aspectos dos quais não queremos inteirar-nos (posto que geralmente nos causam temor), assim como partes poderosas de nós mesmos, que antes nunca havíamos conhecido, não é difícil imaginarmos que se trata de uma viagem interior identificada como perigosa. Nos mitos e lendas este movimento se simboliza pelo personagem principal ao tomar a decisão, ou ao concluir a toma-la, de abandonar seu lar e empreender-se numa grande viagem para uma terra distante.
Esta viagem sempre implica renunciar a tudo quanto é conhecido e adentrar-se no âmbito do desconhecido. E é no limite situado entre ambas regiões que desperta uma ação transcendente. O personagem principal, é aniquilado, derrotado ou ferido seriamente por um poderoso adversário, animal ou espírito, conhecido como o "guardião do umbral". quase sempre o herói cai inconsciente. E em muitas histórias este parece que é o fim e que o argumento é terrivelmente trágico.
No que se expressa a um nível psicológico que é o indivíduo que está abandonando as regiões da psique, o "ego" (essa parte de nós que se encontra consciente e plena de luz) e está por chegar ao limite que limita com o "inconsciente" (essa parte plena de mistério e obscuridade). No que sucede neste ponto é que o ego é "consumido" pelas forças vastamente mais poderosas do inconsciente. Assim de importantes e poderosos como sentimos ser, não somos nada em comparação com a força e o potencial do inconsciente que habita em nosso interior.
Antes de passar a seguinte fase, nos ocuparemos de examinar o paralelismo que existe entre a vida de Daisuke e o anterior. Daisuke habitava em lugar que lhe era sumamente familiar, próximo ao Monte Togakure. Este local constituía sua "região do conhecido". Todavia, foi derrotado e obrigado a sair de sua casa. Como podemos ver, Daisuke foi forçado a abandonar a comodidade que lhe oferecia a "luz" e a iniciar uma viagem a distintas partes do Japão (assim como distintas partes de sí mesmo) onde nunca havia estado antes. O que se sabia até este momento já não lhe ia servir. Teria que aprender uma nova forma de relacionar-se com ele e com os demais. Tendo perdido sua "identidade" de samurai, também teria que reconstruir partindo por pouco no sentido de valor próprio e de fortaleza pessoal.
Tanto nas lendas como nos mitos, é no ponto do estado inconsciente e da derrota que se desperta a intervenção de um ente sobrenatural. Entre os personagens que se utilizam para expressar isto figuram animais, espíritos ou um "Velho Sábio". Qualquer que seja o tipo de intervenção, o novo personagem auxilia ao herói em sua viagem até as terras distantes, ou através do mar.
Conforme a interpretação psicológica, neste momento o indivíduo começa uma relação com uma parte mais profunda de sí mesmo. Este sí "total" se simboliza de uma forma sobrenatural, dado que experimenta subjetivamente como algo "mais distante do reino humano". O que sucede é que o ego geralmente representado por um personagem "jovem" (em vista de que não é mais uma pequena parte de toda a pressão, mas se considera o todo) está encontrando-se com o inconsciente (usualmente representado por um ente "velho"). E com esta conexão se obtém uma integração das regiões consciente e inconsciente da psique, uma totalidade autêntica.
Derrotado e despojado de seu lugar que lhe correspondia na sociedade feudal japonesa, Daisuke se dedicou a perambular pelas remotas regiões de Iga. Além disso as derrotas que lhe infligiram ao Monte Togakure, indubitavelmente experimentou também o temor que o descobrissem ou continuassem perseguindo-o, assim como as penúrias de uma alimentação sumamente limitada e de viver fora de sua terra e, por último, as terríveis dúvidas e o tormento interior que estão acostumados a experimentar aqueles que s e encontram vivendo sob situações de enorme tensão.
Contudo, em meio de sua derrota se relaciona com um homem que representa uma nova forma de ver o mundo. Kain Doshi era, em muitos sentidos, essa "força natural" que acudiu em auxílio do derrotado ego. Constitui a imagem modelada do "Velho Sábio". E foi ele quem proporcionou a Daisuke algo mais precioso e mais poderoso, do que jamais pudera obter no caso de ter permanecido em Nagano vivendo a vida de um samurai. E nós sabemos o tipo de poder foi que recebeu, suposto que as famílias ninja e o sistema de ninjutsu tenham sobrevivido durante 900 anos através dos altos e baixos da variada história japonesa.
O conhecimento recém adquirido por Daisuke equivale a aquele que se obtem ao final da viagem realizado pelo herói: "o tesouro difícil de obter". Em algumas ocasiões simbolizadas pelo representando algo de enorme valor, algo que possa completar e enriquecer a vida daquele que busca. Então o herói pode regressar a terra do conhecido, e seu "tesouro" lhe confere o privilégio de ser uma pessoa provida do conhecimento e do poder do mais além.
O Musha Shugyo de Daisuke tem sido imitado por muitos ninjas. Em vista da limitada informação que temos dos ninja, somente podemos referir duas viagens com certo detalhe. A primeira delas foi o empreendido por Toshitsugu Takamatsu, o 33º Grande Mestre de ninjutsu Togakure-ryu, Takakage Matsutaro Ishitani, o 26º Grande Mestre do Ninpo Happo Hiken Kukishinden-Ryu (a arte das armas secretas), Toshitsugu Takamatsu viajou pela China, estudando com os melhores mestres de boxes. Foi nesse tempo que ganhou o apelido de "Tigre Mongol". Regressou ao Japão e viveu durante alguns anos nas montanhas. Em 1919 voltou a casa e se dedicou a estudar os ensinamentos da seita budista tântrica de mikkyo. Posteriormente se ordenou como sacerdote mikkyo do Tendai-Shu.
Novamente temos a vigem do conhecido ao desconhecido, assim como o desenvolver da força espiritual. É um fato quase seguro que apesar de ser um Grande Mestre de Ninpo Togakure-Ryu, antes de chegar a dominar os novos sistemas de combate, teve que padecer derrotas a mãos dos mestres chineses de boxe (derrotas que provavelmente foram muito mais difíceis de serem aceitas para um Grande Mestre do que para um novato), daí que estas foram psicologicamente mais intensas. Evidentemente que também experimentou um tipo totalmente distinto de derrotas durante os anos que passou recolhido nas montanhas. E assim após destas derrotas, percebemos finalmente o desenvolver da fortaleza pessoal, obtido das regiões desconhecidas da mente: a essência tântrica do mikkyo.
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